Saber a rentabilidade (ou até mesmo se está dando lucro ou prejuízo), certamente é um dos indicadores mais importantes das empresas. Claro que existem muitos indícios que podem levar a concluir essa informação – e para análise não ser míope é preciso compilar o máximo de dados disponíveis no contexto. Porém, dentre todos indicativos existentes (e saldo da conta bancária da empresa não é um deles!), acredita-se que o EBITDA seja um dos mais importantes nesse sentido
1) Como calcular
O EBITDA é o resultado (ou geração de resultado) exclusivo da operação – e não leva em consideração fatores financeiros como despesas mal alocadas com juros, por exemplo. Esses indicadores representam a diferença entre o Lucro Bruto e Despesas da Operação (que podem ser Administrativas, Comerciais, de Pessoas, etc). Não está presente nessa análise as Despesas com Juros, Depreciações, Amortizações e Receitas Financeiras (que são reflexo de aplicações financeiras do caixa, por exemplo).
2) Diferença entre EBITDA e Margem Líquida
A grande diferença, e o que torna esse indicador tão importante, é justamente a exclusão de rubricas que não fazem parte da operação. Entender a rentabilidade da operação em si, e não da empresa como um todo, pode fazer toda diferença na análise do negócio. Segue abaixo algumas diferenças claras:
– EBITDA positivo X Margem Líquida negativa: pode significar, por exemplo, que o negócio foi mal alavancado, que os juros estão muitos altos, e que existem muitas despesas comprometidas com financiamentos. Porém, todas essas alterativas dizem respeito a uma decisão exclusivamente financeira – será necessário, por exemplo, renegociar juros ou alongar a dívida!
– EBITDA negativo X Margem Líquida positiva: aqui os problemas são muito mais estruturais, pois a operação em si não é rentável – neste caso, quanto mais tempo a empresa operar nesse formato, pior a situação fica. Certamente aqui as ações para corrigir uma operação negativa são muito mais “trabalhosas” e a “longo prazo” do que mudar decisões exclusivamente financeiras. Além disso, essa situação pode ser um retrato de que o seu dinheiro está bem aplicado e faz mais sentido ele permanecer em fundos do mercado financeiro do que ser investido na empresa.
3) Análise Comparativa
Principalmente por existir o famoso “custo Brasil”, o EBITDA acaba sendo um dos importantes indicadores de comparação para entender o trade-off entre colocar o dinheiro no seu negócio ou investir no mercado financeiro. Entendendo que pode-se conseguir bons (e conservadores) investimentos no Brasil, costuma-se dizer que a rentabilidade da operação precisa estar consideravelmente acima da SELIC para precificar os riscos envolvendo a empresa.
Por fim, é importante enfatizar que é preciso entender o contexto como um todo – existem muitos indicadores que são responsáveis por excelentes leituras financeiras do negócio. E, dentro desse contexto, percebe-se que o EBITDA se deve fazer sempre presente!