A cadeia de valor contribui para uma empresa que busca uma gestão excelente. Sendo assim, ter seus processos bem mapeados com o objetivo de entregar mais valor aos seus clientes, com máxima qualidade, traz uma maior vantagem competitiva no mercado.
Nesse sentido, sabemos que cada empresa é uma grande coleção de processos que têm como objetivo entregar valor aos seus clientes. Portanto, uma maneira de entender como estes processos interagem entre si e geram valor é através da cadeia de valor, diagrama que mostra como a empresa está organizada para entregar valor e gerar vantagem competitiva.
Acompanhe o texto e entenda o que é a cadeia de valor, quais elementos fazem parte dela, para que serve e muito mais!
O que é cadeia de valor?
Define-se como cadeia de valor o conjunto de atividades executadas pela empresa que agrega valor aos clientes. Esse conceito é de Michael Eugene Porter – isso, o mesmo das Cinco Forças de Porter!
Sendo assim, a cadeia descreve os processos interligados que as empresas podem seguir para examinar suas atividades. Dessa forma, a organização pode analisar os elos entre as atividades que viabilizam uma percepção positiva dos clientes sobre os produtos ou serviços (valor) de uma empresa.
Nesse sentido, a maneira como desempenham-se as atividades estão diretamente ligadas com os custos e gastos usados para produção de mercadorias e lucros da empresa. É dessa forma que a percepção de valor ao cliente fica evidente ao utilizar essa ferramenta.
É importante ressaltar, contudo, que esses custos e gastos não são as despesas – como uma despesa administrativa e outras despesas operacionais necessárias para o funcionamento da empresa. Elas são, então, aqueles gastos que contribuem diretamente para geração de novos itens/serviços a se comercializar.
Em suma, as atividades que geram valor são aquelas em que analisamos a quantidade de pessoas, áreas envolvidas e níveis de aprovação existentes. Portanto, é por esse motivo que as áreas de apoio e administrativas que não possuem relação direta à produção ou serviço-core da empresa não são as que agregam valor.
Para que serve a cadeia de valor?
Com a utilização da cadeia de valor, a empresa consegue desenvolver estratégias que irão potencializar a si ao identificar as etapas de produção responsáveis por agregar valor ao produto. Sendo assim, como consequência, os processos de apoio podem ser otimizados ou reestruturados, impactando diretamente em nuances financeiras por economia e tempo despendido.
Dessa forma, a empresa estará agregando mais valor aos seus clientes, a sua competitividade frente aos concorrentes será maior e muito provavelmente a empresa será mais rentável e lucrativa.
Elementos da cadeia de valor
Existem alguns elementos básicos de toda cadeia de valor: os Processos Primários – que geram diretamente valor aos os clientes; e os Processos de Apoio – que geram valor indiretamente. Saiba mais sobre eles abaixo:
Atividades primárias
Independente do segmento da empresa, existem cinco atividades primárias, que são:
1. Logística interna ou de entrada
Envolve relacionamento com fornecedores, compra de matéria-prima e contratação de serviços, fatores decisivos para a criação de valor.
2. Operações
Envolvem os equipamentos, máquinas, embalagens, manutenção, testes e tudo que envolve transformar inputs em outputs (produto final).
3. Logística externa ou de saída
São aquelas atividades relacionadas com a entrega do produto/serviço ao cliente.
3. Marketing e vendas
São os processos utilizados para atrair os clientes à compra dos produtos/serviços.
4. Serviços
São aquelas atividades que mantêm e aumentam o valor dos produtos/serviços após a compra por meio de relacionamento – também conhecido como pós-vendas.
Atividades de apoio
Os processos de apoio suportam os processos primários. Confira cada um deles a seguir:
1. Infraestrutura
São os sistemas de apoio para manter as operações, incluindo gestão geral, administrativa, legal, financeira, contábil, entre outras.
2. Gestão de Recursos Humanos
São as atividades de recrutamento e seleção, departamento pessoal, gestão de pessoas, treinamentos e desenvolvimento.
3. Desenvolvimento tecnológico
Este processo é responsável por intervir nos processos primários com tecnologia, otimização e automação, novas ferramentas, etc.
4. Aquisição/compras
São os processos que suprem as necessidades de recursos que a empresa tem para manter a operação e produção – como compras de insumos e matéria-prima, busca de fornecedores e negociação.
Margem
Sabe-se que a cadeia de valor envolve as atividades primárias que geram custos e valor para o cliente final, enquanto as atividades de apoio geram despesas à empresa. Quando o valor gerado é suficiente e maior do que os custos e despesas, provenientes de uma boa gestão, a empresa terá uma boa margem de lucros.
Quais são as etapas para utilizar a cadeia de valor?
Ok, agora que entendemos como se estrutura a cadeia de valor, iremos mostrar o passo a passo para a utilizar da melhor maneira. Para isso, é necessário seguir as etapas da cadeia de valor a seguir:
1 – Identificar subcategorias para cada atividade primária
Para geração maior de valor, é importante pontuar as subatividades atreladas às atividades primárias em uma planilha. Sendo assim, elas podem ser diretas, indiretas ou que garantam a qualidade e o cumprimento padrão dos processos. Portanto, isso será responsável por analisar as maneiras de otimizar os resultados.
2 – Identificar subcategorias para cada atividade de apoio
Da mesma forma que foi feito em relação às atividades primárias, é importante descrever as subatividades das atividades de apoio. Um exemplo de atividade de apoio é o financeiro, que cria valor para a área comercial quando define a precificação dos produtos.
3 – Identificar as ligações
Como você já sabe, a cadeia de valor e suas atividades envolvidas têm ligação. Dessa forma, é importante encontrar quais são esses elos para deixá-los organizados, com responsáveis claros, mas também porque esses são pontos estratégicos para uma boa gestão da empresa.
4 – Procurar oportunidades para aumentar valor
Nessa etapa, é importante rever as subatividades e os elos identificados com um olhar crítico buscando a máxima otimização de valor aos clientes. Ou seja, analisando a qualidade percebida por eles – será que está sendo mesmo percebida? Afinal, isso é o que mais importa a ele em relação a valor, além da utilidade do serviço/produto e a satisfação proporcionada.
Como analisar a cadeia de valor?
Depois que os elos são identificados e ficaram nítidas as oportunidades que são necessárias para aumentar o valor da cadeia, é necessário analisar toda essa estrutura de processos, atividades e subatividades, buscando traçar estratégias competitivas.
Por isso, há dois tipos de estratégia de análise, e cada uma delas foca em algo diferente. Contudo, adotá-las ou não dependerá da sua posição no mercado, segmento, relação à concorrência, objetivos estratégicos, etc.
Saiba mais sobre as análises:
Vantagem competitiva de custo
Essa estratégia consiste em uma competição entre empresas com foco no custo. Para isso, é fundamental entender as fontes de custo e os fatores que o causam seguindo as seguintes etapas:
- Estabelecer a importância de cada atividade primária e secundária no custo total do produto/serviço
- Pontuar os fatores que geram custos para cada atividade
- Identificar os elos entre essas atividades
- Identificar oportunidades de redução de custos. Inclusive, a 4CINCO criou um artigo exclusivo sobre planilha de gastos, que pode auxiliar você nessa organização. É só conferir aqui!
Vantagem competitiva de diferenciação
Essa estratégia é mais utilizada por aquelas empresas que focam em criar produtos/serviços com um nível aperfeiçoado, tecnológico e superior. Para tal, as etapas são:
- Identificar as atividades que geram valor ao cliente
- Avaliar quais são as estratégias de diferenciação que melhoram esse valor – como adicionar serviços adicionais, personalizar o produto, ter um atendimento exemplar, um time de suporte experiente. Nesse sentido, uma empresa bastante reconhecida é o Nubank – e nós temos um artigo exclusivo sobre o modelo de negócios do Nubank no blog, confira aqui!
- Identificar a diferenciação que a empresa consegue sustentar a longo prazo e ser conhecida por ela.
Exemplos de cadeia de valor
Quando unimos em um grande processo todas as atividades relacionadas à matéria-prima, relação com fornecedores, sua confecção, comercial, logística e tudo que apoia, fica fácil entender os gargalos nos elos. Por isso, ajustar esses gargalos fará com que a empresa agregue ainda mais valor aos clientes, buscando reduzir os custos, aumentando a margem da empresa e permitindo buscar vantagens de se diferenciar no mercado.
Nesse sentido, vamos imaginar uma empresa que produz roupas básicas. Ela se organiza com os fornecedores da matéria-prima que, simplificando, seria algodão. Os modelos e designs, portanto, são criados através de uma curadoria de profissionais que entendem muito sobre o assunto.
Após a confecção, a empresa entrega camisas para o cliente, que será vendido em um e-commerce que agrega valor com um site muito interativo. Tal site conversa com a sua persona e tem um atendimento online eficiente, que ajuda o cliente a encontrar o modelo ideal para si.
Seguindo essa linha de pensamento, o cliente poderia produzir a sua própria camiseta da forma que preferir caso fosse fornecido a ele todos os materiais que a empresa utiliza para produzi-la? Sim, conseguiria, mas não haveria nenhum valor nisso. Assim, diferente dessa situação adversa, a empresa soube criar uma cadeia de valor que transforma as entradas em uma saída valiosa com uma curadoria que ele não saberia dar, resolvendo o seu problema.
Para que tudo isso dê certo, por sua vez, é importante que os processos de gestão e a estratégia da empresa funcionem muito bem, além dos processos de apoio e de um planejamento e controle da produção redondo. Por isso podemos concluir que dessa forma, fica muito fácil da empresa ter uma maneira certeira de atuar na sua Cadeia de Valor.
Você sabe se o seu modelo de negócio é rentável? Para refletir sobre, confira o nosso artigo no blog sobre a necessidade de um bom modelo de negócio!