Fundo de investimento tem se tornado um termo cada vez mais popular, pois é um tipo de investimento que permite diversificação sem a preocupação de acompanhar e administrar de perto. Isso porque existe um gestor profissional fazendo esse trabalho por você.
Entretanto, com tantas opções no mercado, pode ser difícil para o investidor entender o que tais gestores realmente fazem, bem como compreender as diferenças entre os fundos. Por isso, preparamos esse guia especialmente para você!
Vamos explicar como os fundos de investimento funcionam, quanto custam e o que fazer antes de começar a investir.
O que é fundo de investimento?
Um fundo de investimento é uma modalidade de aplicação financeira, onde diversas pessoas, chamadas de cotistas, depositam parte de seus recursos para que eles sejam aplicados em um grupo de ativos. Dessa forma, o objetivo é de receber um ganho financeiro.
Esses ativos podem ser títulos públicos, ações, commodities, entre outros. Sendo assim, cada classe de ativos possui diferentes características de risco, liquidez e rentabilidade. Elas devem passar por análises antes de realizar qualquer investimento.
Quais as vantagens de um fundo de investimentos?
Aplicar dinheiro em um fundo de investimento proporciona diversas vantagens para quem deseja multiplicar a sua renda – seja qual for o objetivo final que o montante irá ter.
Investir em um fundo de investimento, portanto, possibilita ao investidor ter uma diversificação que, muitas vezes, não seria possível devido ao valor total que se deseja investir. Existem fundos de ações, por exemplo, que com R$ 100 já é possível estar exposto a várias empresas ao mesmo tempo.
Além disso, ao investir através de um fundo de investimentos, o investidor está delegando para o gestor o trabalho de estudar, escolher e operacionalizar os ativos. Isso pode ser uma vantagem importante para quem não possui tempo para se dedicar tanto ao mercado de investimentos, seja por causa da rotina de trabalho ou da falta de conhecimento.
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Qual é a estrutura do fundo de investimento?
Um fundo de investimento envolve uma série de elementos, onde cada um possui um papel específico. Por isso, vamos explicar um pouco mais quais são e suas funções:
Gestor
O gestor é o responsável por tomar as decisões dentro de um fundo de investimento. Dessa forma, é quem define quais serão as compras e vendas de ativos e outras políticas em geral.
Por causa dessa responsabilidade, os gestores precisam estar registrados junto à CVM, podendo ser pessoas físicas ou jurídicas.
Administrador
O administrador deve ser uma instituição financeira que será responsável por manter um serviço de atendimento aos cotistas do fundo e divulgar informações periódicas e eventuais.
Além disso, o administrador pode prestar outros serviços, como de consultoria, gestão da carteira, custódia de ativos, entre outros.
Custodiante
Os ativos que fazem parte do portfólio do fundo de investimento e precisam ser “guardados” em uma carteira, ou seja, mantidos sob custódia. Essa é a função do custodiante que, em muitos casos, também é desempenhada pelo administrador do fundo.
Auditor
Um dos requisitos para a constituição de um fundo de investimento é a contratação de um auditor independente. Nesse sentido, o auditor irá conferir as demonstrações contábeis e garantir que o fundo está sendo gerido dentro das regras do mercado.
Distribuidor
Depois de criado, um fundo de investimentos precisa começar a receber aplicações e, portanto, deve ter oferta aos investidores em geral. Essa oferta é feita pelos distribuidores, que podem ser corretoras e bancos em geral, tendo ou não ligação com o administrador do fundo.
Assembleia Geral de Cotistas
Apesar da maioria das decisões administrativas e de investimento serem do gestor ou administrador do fundo, existem algumas situações em que é necessário a ocorrência de uma Assembleia Geral de Cotistas para que tenham aprovação ou não.
Por exemplo, alterações na política de investimentos, no cálculo das taxas praticadas ou substituições na gestão do fundo são decisões que precisam ter aprovação em Assembleia.
Além disso, realiza-se anualmente uma Assembleia Geral para análise e discussão das demonstrações contábeis do fundo no período.
Por fim, todo cotista que possuir mais de 5% do total de cotas pode convocar uma assembleia geral. Os cotistas devem ser convocados com pelo menos dez dias de antecedência e o resumo das decisões deve ser informado em 30 dias.
Quais são os tipos de fundo de investimento?
Classificam-se os fundos de investimento de acordo com a sua estratégia e tipos de ativos presentes na carteira. Dessa forma, o investidor precisa conhecer um pouco sobre cada tipo existente para escolher o mais adequado para a sua estratégia e seus objetivos.
Conheça um pouco mais sobre os principais tipos de fundos e no que eles investem:
Fundo Imobiliário
Os fundos imobiliários são compostos por empreendimentos imobiliários, possibilitando a exposição a esse tipo de ativo sem a necessidade de o investidor possuir um imóvel diretamente.
Os FIIs, como são chamados, possuem profissionais especialzados para realizar a gestão desses empreendimentos. Sendo assim, uma das suas principais características é a distribuição de rendimentos mensais isentos de imposto de renda ao investidor.
Fundo Cambial
Os fundos cambiais são compostos por investimentos em moedas estrangeiras, tendo, no mínimo, 80% de seu patrimônio nesse tipo de ativo. Os mais comuns são os fundos de dólar e euro, para investidores que desejam proteger seu patrimônio da valorização dessas moedas.
Fundo de Ações
Para ser caracterizado como um fundo de ações, o fundo de investimentos deve ter, pelo menos, 67% dos seus investimentos em ações listadas na Bolsa de Valores, podendo o restante ser alocado em outros tipos de ativos. A rentabilidade desse tipo de fundo depende da valorização das ações possuídas por ele.
Esse é um tipo de fundo mais arrojado, já que se trata de um investimento em renda variável. Por isso recomenda-se para investidores que tenham um foco maior no longo prazo.
Fundo Multimercado
Fundos multimercado podem ser compostos por diversos tipos de ativos, tanto de renda fixa quanto de renda variável. Dessa forma, eles costumam ser bastante diversificados.
Devido à sua diversificação, eles podem ser uma boa porta de entrada para quem deseja investir em renda variável
Fundos de Renda Fixa
Os fundos de renda fixa destinam, no mínimo, 80% de seus investimentos em ativos de renda fixa pré ou pós-fixados. São uma boa alternativa para quem possui um perfil mais conservador e prefere investimentos mais seguros e sua rentabilidade tende a ser próxima do CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
Alguns fundos de renda fixa aplicam seus recursos em papéis de crédito privado, que tem emissão por empresas. Nesses casos, o risco é mais alto do que em fundos de renda fixa que invistam em títulos do governo federal, por exemplo. Portanto, é necessário descobrir qual é o perfil do fundo de renda fixa antes de aplicar seu dinheiro.
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Como escolher um fundo de investimento?
Antes de investir em um fundo de investimento, o investidor deve avaliar quais são seus objetivos e quais fundos mais se adequam a essa estratégia. Confira algumas dicas para ajudar nessa avaliação:
Lâmina
A lâmina de um fundo de investimento é um documento que resume as principais informações do regulamento de um fundo. Ela contém a rentabilidade dos últimos cinco anos, a composição da carteira e as taxas cobradas e pode ser encontrada no site do fundo, com atualização mensal.
Perfil de investidor
Um dos principais aspectos que deve ser considerado na hora da avaliação de um fundo de investimento é o seu nível de tolerância a risco. Qual seria a sua reação se o valor investido subisse ou caísse 5% ou 10% em pouco tempo?
Quando comparamos fundos de ações com fundos de renda fixa, por exemplo, percebemos que os fundos de ações costumam ter maiores rentabilidades no longo prazo, mas também com uma volatilidade maior associada. É muito importante fazer essa auto-avaliação antes de realizar um aporte para que o investidor não saia no prejuízo em momentos de crise do mercado.
Benchmark
O benchmark de um fundo de investimentos é um índice de referência que serve para avaliarmos o objetivo de rentabilidade de um fundo. Tomando como exemplo fundos de ações, eles costumam utilizar como benchmark o Ibovespa, índice do mercado brasileiro. Isso quer dizer que o gestor do fundo tem como objetivo acompanhar ou superar a rentabilidade do Ibovespa na sua gestão.
Além do Ibovespa, outros parâmetros podem ser usados como benchmark. Os fundos de renda fixa, por exemplo, utilizam o CDI. Por sua vez, os fundos multimercados podem variar de acordo com a composição de sua carteira, podendo ser CDI, Ibovespa ou outros índices existentes.
Liquidez e Resgate
Outro aspecto importante a se avaliar na hora de investir através de fundos diz respeito ao prazo de resgate do valor investido. Aqui, temos duas coisas para observar: a data de conversão (ou cotização) e a data de liquidação.
A data de cotização diz respeito ao dia de realização do cálculo do valor das cotas que será usado como referência para o resgate. Se a data de conversão for D+1, isso significa que o valor de cálculo do resgate vai acontecer um dia útil após a solicitação.
Já a data de liquidação é o dia em que, de fato, o investidor vai receber o depósito do valor solicitado. Caso essa data de liquidação seja D+3, isso significa que em três dias úteis após a solicitação o investidor verá o dinheiro sendo depositado em sua conta ou corretora.
Os fundos de renda fixa costumam ter prazos de resgate mais curtos, e os de renda variável prazos mais longos, podendo ser D+30, D+60 e até mesmo D+90. Por isso, caso você tenha planos de utilizar o dinheiro para alguma outra finalidade, como uma viagem ou compra de bens, atente-se para essas características do fundo para não ficar com o dinheiro “preso” por mais tempo do que gostaria!
Aplicação Inicial
Como condição de entrada em fundo de investimento, muitos deles possuem um valor mínimo inicial para realizar a primeira aplicação. Esse valor é diferente para cada fundo, sendo estabelecido conforme a estratégia, público-alvo, risco da carteira, entre outros fatores.
Existem fundos com aplicações iniciais baixas, sendo possível investir neles com valores a partir de R$ 100, e também fundos mais sofisticados, nos quais o investimento mínimo pode ser de R$ 5.000 ou até R$ 100.000.
Histórico e Rentabilidade
Como todos sabem, rentabilidade passada não é garantia de retorno futuro, mas essa característica costuma ser avaliada na hora da decisão de alocação de investimento. Essas informações são de fácil acesso, podendo ser encontradas no site do fundo ou no site da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Uma avaliação relevante a ser feita é observar como o fundo se comportou em períodos de crise, como foi sua recuperação e também analisar a oscilação das cotas, para ter uma noção da volatilidade que o fundo apresenta.
Quais são as taxas dos fundos de investimento?
Um fundo de investimento funciona como um prestador de serviço: o investidor delega ao gestor do fundo a responsabilidade de aplicar o seu dinheiro nas melhores oportunidades que ele julgar melhor no momento. Dessa forma, assim como qualquer outro tipo de serviço, existem custos associados a ele, certo? Vamos entender quais são:
Taxa de Administração
A taxa de administração é cobrada para pagar o serviço de gestão e operação de um fundo de investimento e ela varia de acordo com o tipo de fundo. A porcentagem referente incide sobre o patrimônio total e é divulgada como um percentual para o ano, sendo cobrada periodicamente.
Taxa de Performance
A taxa de performance premia a gestão do fundo de investimento que atingir uma rentabilidade acima de um índice estabelecido (o benchmark). Essa taxa também pode variar e funciona como um incentivo para que o fundo atinja melhores resultados.
Taxa de Saída
Em alguns fundos, caso o investidor necessite liquidar suas cotas antes do prazo de liquidez, é possível realizar o pagamento de uma taxa de saída. Nem todos fundos possuem essa opção, e o valor deve impactar significativamente a rentabilidade do investidor. Por isso é recomendável manter-se atento aos prazos de liquidação no momento do aporte inicial.
Quais são os riscos de um fundo de investimento?
Assim como qualquer tipo de investimento, os fundos também possuem riscos e é importante saber quais são. Confira:
Risco de Crédito
O risco de crédito representa a chance do emissor de um ativo não honrar o compromisso e dar “calote” no investidor. Portanto, é importante analisar quem é o emissor dos títulos que o fundo investe.
No caso de um fundo que invista em títulos do Tesouro Direto, o emissor é o próprio governo, tornando o risco de crédito mais baixo. Caso o título em questão seja uma Debênture emitida por uma empresa, é necessário avaliar a credibilidade e o histórico de pagamentos da mesma, podendo significar um risco mais elevado.
Risco de Mercado
Quando o gestor de um fundo escolhe quais aplicações irá realizar, ele espera um certo nível de desempenho e retorno dessas aplicações. Quando isso não ocorre, seja por uma mudança política estrutural ou por uma estratégia que deu errado, isso é chamado de risco de mercado.
Proteção do FGC
Ao contrário de outros produtos de investimento como CDBs e LCIs (Cédulas de Crédito Bancário e Letras de Crédito Imobiliário), os fundos de investimento não contam com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Dessa forma, ele funciona como um “seguro” para os investidores, reembolsando-os em até R$250 mil caso a instituição financeira sofra uma liquidação ou intervenção.
Portanto, é muito importante que o investidor seja diligente e consciente dos riscos que cada fundo possui para evitar situações indesejadas no futuro.
Conheça os principais termos de fundos de investimento
Existe uma linguagem própria voltada para o segmento de fundos de investimentos. Por isso, trazemos abaixo um glossário dos principais termos utilizados na área:
- Benchmark: Referência que o fundo adota para comparar à sua rentabilidade.
- Cotas: quando um investidor aplica em um fundo de investimento, na verdade ele está comprando cotas desse fundo. O valor das cotas é atualizado diariamente.
- Come-Cotas: antecipação de cobrança de Imposto de Renda, realizada pela Receita Federal.
- Alavancagem: quando o gestor de um fundo aplica mais recursos do que o fundo possui disponível se diz que ele está alavancado. Representa um risco ao investidor e, em alguns casos, essa prática é proibida no prospecto do fundo.
- Asset Management: responsável pela gestão do fundo.
Como começar a investir?
Para quem quer começar a investir e ainda não sabe como, preparamos um roteiro para seguir e iniciar a trajetória nos fundos de investimentos:
- Faça uma avaliação dos seus objetivos e perfil de investidor, relacionando quais tipos de fundos estão mais próximos dessa análise.
- Crie uma conta em uma corretora de valores ou banco que realizam a distribuição de fundos de investimento.
- Liste as opções disponíveis que você encontrar e estude as características desses fundos, seguindo os conhecimentos que você adquiriu neste artigo.
- Confira as taxas e prazos de liquidação para não ter nenhuma surpresa desagradável.
- Pesquise o histórico do fundo e do gestor, com foco nos momentos em que o fundo enfrentou maiores dificuldades.
- Compreenda o nível de risco que você está sujeito ao aplicar em determinado fundo.
- Escolha o fundo com o melhor desempenho na sua análise e realize a primeira aplicação.
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