Gestão financeira é a disciplina que envolve o planejamento, análise, controle e monitoramento dos recursos financeiros de uma empresa. É essencial para assegurar que a empresa realize as suas operações diárias, investimentos e permita o crescimento sustentável no médio e longo prazo.
Antes de aprofundar o assunto, é sempre importante posicionar o desafio de gestão da sua empresa na Matriz de Maturidade da 4CINCO – isso permite, por exemplo, entender se existem etapas anteriores que ainda não foram vencidas e, portanto, estão impedindo o seu negócio de garantir uma boa gestão financeira.
Nesse sentido, é possível visualizar que a Gestão Financeira está posicionada no nível Desenvolver, passo seguinte à Estrutura Financeira, que você pode entender melhor aqui.
Neste conteúdo, vamos explorar os principais aspectos da gestão financeira a partir do método da 4CINCO.
Vamos começar discutindo a importância do planejamento financeiro para os negócios, seguido pela elaboração de projeções financeiras, a definição de metas e orçamentos, e a análise de cenários.
Em seguida, abordaremos os indicadores financeiros essenciais, o controle de caixa, a importância do capital de giro e, finalmente, estratégias para a gestão de dívidas empresariais.
Planejamento financeiro: importância para os negócios
O planejamento financeiro é o alicerce de qualquer negócio bem-sucedido. Ele envolve a definição de objetivos financeiros claros e a elaboração de estratégias para alcançá-los.
Sem um planejamento adequado, as empresas correm o risco de enfrentar crises de liquidez, dificuldades em honrar compromissos financeiros e falta de recursos para investimentos futuros. Um bom planejamento financeiro proporciona segurança, previsibilidade e a capacidade de se adaptar a mudanças no mercado.
Projeções financeiras: elaboração
As projeções financeiras são estimativas futuras das receitas, despesas e lucros da empresa. A elaboração dessas projeções requer um entendimento profundo das operações da empresa e do mercado em que ela atua.
Para que as projeções financeiras sejam realmente úteis, é fundamental estabelecer premissas que sustentem as metas de faturamento – quanto mais detalhado, melhor.
Definição de metas financeiras e orçamentárias
Estabelecer metas financeiras e orçamentárias claras é básico para o sucesso financeiro de qualquer empresa. Para fazer isso de maneira eficaz, siga estes passos detalhados:
- Análise da situação atual
- Avaliação financeira: o primeiro passo é revisar as demonstrações financeiras atuais, incluindo o balanço patrimonial, a demonstração de resultados e o fluxo de caixa. Identifique tendências, pontos fortes e áreas de melhoria.
- Análise de indicadores: use indicadores financeiros que justifiquem o faturamento para entender como desdobrar ele na operação posteriormente, como: ticket médio, clientes ativos, clientes perdidos, etc.
- Avaliação financeira: o primeiro passo é revisar as demonstrações financeiras atuais, incluindo o balanço patrimonial, a demonstração de resultados e o fluxo de caixa. Identifique tendências, pontos fortes e áreas de melhoria.
- Definição de metas SMART
- Específicas (Specific): defina metas claras e específicas. Por exemplo, em vez de “aumentar as vendas”, estabeleça “aumentar o ticket médio em 10% nos próximos 6 meses”.
- Mensuráveis (Measurable): certifique-se de que as metas possam ser medidas e estejam refletidas nos indicadores que são controlados no negócio.
- Alcançáveis (achievable): defina metas que sejam desafiadoras, mas possíveis de alcançar com os recursos disponíveis.
- Relevantes (Relevant): garanta que as metas estejam alinhadas com a estratégia de negócios da empresa. Por exemplo, se a empresa está focada em inovação, as metas devem refletir isso.
- Temporais (Time-bound): estabeleça prazos claros para alcançar as metas. Isso ajuda a manter o foco e a urgência.
- Específicas (Specific): defina metas claras e específicas. Por exemplo, em vez de “aumentar as vendas”, estabeleça “aumentar o ticket médio em 10% nos próximos 6 meses”.
- Estabelecimento de premissas
- Premissas econômicas: considere fatores macroeconômicos que podem afetar o desempenho da empresa, como taxas de juros, inflação e crescimento econômico.
- Premissas de mercado: analise o mercado em que a empresa opera, incluindo concorrência, demanda do cliente e tendências do setor.
- Premissas internas: leve em conta fatores internos, como capacidade de produção, eficiência operacional e recursos humanos.
- Premissas econômicas: considere fatores macroeconômicos que podem afetar o desempenho da empresa, como taxas de juros, inflação e crescimento econômico.
- Desenvolvimento de orçamentos
- Orçamento de receitas: Projete as receitas esperadas com base em dados históricos e tendências de mercado. Inclua estimativas detalhadas para cada fonte de receita e desdobre a meta dentro das premissas estabelecidas.
- Orçamento de despesas: Liste todas as despesas previstas, incluindo despesas fixos (aluguel, salários) e custos (matérias-primas, distribuição e vendas,). As despesas precisam refletir o aumento de faturamento – ou seja, na medida em que a empresa cresce, a sua estrutura precisa suportar e viabilizar esse crescimento de forma saudável.
- Orçamento de investimentos: planeje os investimentos necessários para atingir as metas, como compra de equipamentos, desenvolvimento de novos produtos ou expansão de mercado.
- Orçamento de receitas: Projete as receitas esperadas com base em dados históricos e tendências de mercado. Inclua estimativas detalhadas para cada fonte de receita e desdobre a meta dentro das premissas estabelecidas.
- Monitoramento e revisão
- Acompanhamento regular: monitore o desempenho financeiro regularmente, comparando os resultados reais com as metas e o orçamento.
- Revisão e ajustes: revise as metas e o orçamento periodicamente – mas não de forma que vá banalizar a referência inicialmente construída. Ou seja, tenha em mente que o orçamento pode ser ajustado de quatro em quatro meses, ou de seis em seis – e, nesse intervalo, garanta que a organização esteja trabalhando a favor do cumprimento do mesmo.
- Acompanhamento regular: monitore o desempenho financeiro regularmente, comparando os resultados reais com as metas e o orçamento.
Exemplo Prático
Para ilustrar, vamos considerar uma empresa de tecnologia que deseja expandir sua presença no mercado.
- Meta SMART:
“Aumentar a receita de vendas de software em 20% nos próximos 12 meses.” - Premissas:
- Premissas econômicas: Expectativa de crescimento econômico de 2%.
- Premissas de mercado: Aumento da demanda por soluções de software devido à digitalização acelerada.
- Premissas internas: Lançamento de uma nova versão do software que oferece funcionalidades avançadas.
- Orçamento:
- Receitas: Projetar um aumento de vendas de R$ 500.000 para R$ 600.000.
- Despesas: Aumentar o orçamento de marketing em 15% para suportar a campanha de lançamento, além de prever a ampliação da equipe
- Investimentos: Destinar R$ 200.000 para desenvolvimento e atualização do software.
Seguindo esses passos e premissas, a empresa pode definir metas financeiras claras e orçamentárias que guiarão seu crescimento e assegurarão sua sustentabilidade financeira.
Indicadores financeiros
Os indicadores são a base de um bom planejamento financeiro – portanto a gestão financeira precisa fornecer dados e informações que são a base para qualquer tomada de decisão estratégica.
Um planejamento financeiro bem estruturado utiliza estes indicadores para definir metas, prever desafios e identificar oportunidades de crescimento.
Vamos explorar alguns dos principais indicadores financeiros e sua importância no contexto do planejamento financeiro.
EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization) é calculado subtraindo-se os custos operacionais das receitas, excluindo juros, impostos, depreciação e amortização. Ele é importante porque oferece uma visão clara do desempenho operacional da empresa, eliminando os efeitos de decisões financeiras e não operacionais.
Margem Líquida é calculada dividindo-se o lucro líquido pela receita total. Este indicador mostra a porcentagem de cada real de receita que resulta em lucro líquido, refletindo a eficiência da empresa em controlar seus custos e despesas.
Ciclo Financeiro é o período de tempo entre o pagamento dos fornecedores e o recebimento das vendas. É calculado somando-se o período médio de estocagem ao período médio de recebimento e subtraindo o período médio de pagamento. Um ciclo financeiro mais curto indica uma melhor gestão de capital de giro.
Giro de Caixa é calculado dividindo-se o total de caixa pelo saldo médio de caixa. Este indicador mostra quantas vezes o caixa é renovado em um determinado período, refletindo a eficiência da gestão de caixa da empresa.
A análise regular desses indicadores permite uma visão aprofundada dos resultados financeiros – e, mais do que isso, garante um olhar antecipado sobre decisões que precisam acontecer para o orçamento ser cumprido
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