Ao longo da nossa experiência com gestão, fomos cada vez mais percebendo que existe pouco entendimento em relação a esse termo. Apesar de ser bastante comum, é normal ver as pessoas atrelarem gestão à organização, burocracia, gestão de pessoas, etc – sem entender o real sentido do conceito.
Claro que a gestão engloba um pouco dessas questões sim, mas na verdade é um processo contínuo e disciplinado para que as empresas tenham resultado (financeiro, principalmente). Esse breve texto, então, tem como objetivo explanar um pouco do conceito de gestão para a 4CINCO, e aos poucos vamos aprofundando como nós conduzimos esse processo dentro das empresas.
Quando vamos iniciar algum treinamento de gestão nos nossos clientes, geralmente nós começamos fazendo analogia com um projeto pessoal muito comum para as pessoas físicas: um processo de emagrecimento. Uma pessoa que deseja emagrecer, geralmente tem objetivos ligados a isso: ficar mais bonito(a), mais saudável, ter melhor qualidade de vida… Desses objetivos, normalmente se estabelecem indicadores: peso, níveis de colesterol, tamanho de calça, aparência, e aí por diante. Para cada indicador, uma meta: menos 5kg, entrar na calça 36, aumentar 5% de massa magra. Até aí é fácil, né? O problema vem quando as pessoas começam a executar o plano – que, normalmente, é comer menos e se exercitar mais. Surgem as festinhas, a rotina complica, a desorganização atrapalha. E o resumo da ópera é que não é fácil tirar qualquer projeto do papel, por uma série de fatores que nos “tiram o foco”. Mas, se nada é feito de maneira diferente, o resultado não muda né? Então aquela pessoa que queria perder 5kg, mas seguiu fazendo tudo igual, continua com o mesmo peso.
Pois bem, esse mesmo processo ocorre nas empresas e em uma potência extremamente maior, claro (afinal envolve muitas pessoas, ambientes incertos, falta de direcionamento e muitos outros fatores). E o resultado disso é que, geralmente, encontramos as empresas focadas na sua operação, mas sem controle direto sobre os seus resultados – o sentimento é de “deixa a vida me levar”. Isso quer dizer que, muitas vezes, a empresa pode estar crescendo, mas sem estar fazendo gestão. Esse crescimento pode estar atrelado a um potencial grande de mercado, a um ótimo produto ou outros fatores semelhantes. Mas, geralmente, esse cenário de crescimento sem execução é limitado, ou seja, em algum momento os problemas estratégicos ficam tão complexos que começam a impedir que a empresa atinja seus objetivos e/ou expõe a organização a grandes riscos (estratégicos, financeiros, jurídicos, etc).
Costumamos dizer, então, que toda empresa que quer crescer deve ter problemas “bons” às quais deve se dedicar a resolver. Além disso, precisa estar claro o direcionamento estratégico da organização, quais seus objetivos e metas, como a empresa será controlada e qual o seu plano de ação para resolver problemas estratégicos e atingir as metas. Quando essas diretrizes estão claras, a empresa está planejada. Mas, além de planejar, a empresa precisa conseguir executar esse planejamento. E aí entram diversos obstáculos, como: a própria cultura da empresa, a estrutura de liderança, o engajamento das pessoas, as falhas na operação (que exigem que os lideres estejam sempre com foco na mesma), enfim, uma série de fatores que vem sendo estudados ao longo de alguns anos. Por outro lado, quando a empresa consegue cumprir um exercício disciplinado e contínuo de execução – aliado a um bom nível de controle, que faz com que a organização esteja constantemente avaliando seus resultados e redirecionando suas ações – a empresa está fazendo gestão.
Sendo assim, a gestão é um exercício contínuo, complexo e que envolve a organização como um todo. Por isso cada empresa tem a sua estrutura de gestão, para que consiga dar conta das suas particularidades. Ao longo dos próximos posts nós vamos aprofundar cada item do processo de gestão, quais as etapas e quais fatores importantes devem ser considerados, por exemplo. Mas, resumindo, sim, a gestão é um pouco de pessoas, de processos, de problemas, de metas e de ações. Mas acima de tudo é o processo mais importante de administração de uma empresa, que permite que ela atinja o seu máximo potencial – trazendo resultado financeiros e estratégicos aos negócios.