O contexto empresarial brasileiro é, na sua grande maioria, composto por empresas pequenas e médias. Além disso, ainda há um grande percentual de empresas familiares. Percebe-se, no entanto, que as empresas desse perfil acabam investindo pouco no desenvolvimento da gestão. As empresas, nem sempre com administradores no seu quadro de funcionários, crescem e se desenvolvem por sua capacidade de empreendedorismo, pela qualidade de seus produtos, etc. Mas raramente por um esforço disciplinado e focado na gestão.
Essa situação faz com que exista uma grande parcela de empresas que não aproveita o seu potencial máximo. Muitas delas acabam deixando de existir ao longo dos primeiros anos e outras passam muito tempo tentando solucionar os mesmos problemas. Costumamos dizer que para uma empresa estar crescendo e se desenvolvendo – e, com isso, alimentando o “ciclo virtuoso” que proporciona crescimento de seus profissionais, ela precisa estar sempre resolvendo novos “problemas estratégicos“, ou problemas bons.
Esse processo, no entanto, só ocorre quando as empresas têm disciplina e capacidade para se gerenciar. E, apesar de “gestão” ser uma palavra com diferentes entendimentos, só estão fazendo gestão aquelas empresas que resolvem seus problemas estratégicos através de um processo incansável de planejamento, execução, controle e aprendizado. Não apenas para cumprir a operação da empresa e sim por aquilo que está ligado à estratégia.
Nesse contexto, entra outra barreira: a dificuldade das empresas de executar. Planejar parece mais fácil.
Leva um curto espaço de tempo, envolve menos pessoas. Mas executar exige um processo contínuo, de longo prazo, com envolvimento de várias pessoas e recursos. Talvez por isso, a “cultura da não execução” virou uma característica dramática das empresas, que geralmente é perpetuada por muito tempo. E se nada for executado – em prol da resolução de problemas estratégicos -, nada acontece
Diante disso, não basta os empreendedores terem uma grande ideia, um mercado promissor, um aporte de investimento. Os empreendedores precisam, junto a um time excepcional, fomentar a cultura da gestão e da execução desde os primeiros anos da empresa. Dessa forma, o resultado almejado será muito mais rápido e a empresa sofrerá muito menos dos riscos aos quais todas as empresas estão submetidas. Por isso, desde o planejamento da empresa, os empreendedores devem buscar atingir resultados através da gestão.
*Artigo publicado no dia 14/01/16 na edição impressa do Jornal do Comércio.
Fonte: Geração E