A análise de custos é, muitas vezes, o ponto inicial para a viabilidade de qualquer negócio. Mas ela também é imprescindível em diversos outros aspectos para o sucesso das empresas.
Sendo assim, neste artigo, vamos explorar um pouco mais o que é a análise de custos. Em outras palavras, como fazê-la e por que a sua empresa deve estar sempre atenta às oportunidades que uma boa análise de custos pode trazer na operação do dia a dia.
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Análise de custos: para que serve?
Atualmente, é quase impossível imaginar a produção ou disponibilização de um projeto, empreendimento, produto ou serviço sem uma análise de custos e o acompanhamento rigoroso do processo ao longo do tempo. Mas nem sempre foi assim.
Nesse sentido, a análise de custos, ou contabilidade de custos, surgiu ainda na Revolução Industrial. Nessa época, a produção passou a ser em larga escala. Além disso, tinha como principais objetivos:
- A avaliação de inventários de matérias-primas, de produtos fabricados e de produtos vendidos, tudo ao final de um determinado período;
- Verificar os resultados obtidos pelas empresas como consequência da fabricação e venda de seus produtos.
A partir de então, houve uma grande evolução na matéria de análise de custos, com a migração de um modelo de produção de uma empresa tradicional para um modelo de produção moderno. No primeiro caso, a empresa está em um mercado pouco competitivo e que tem espaço para ser ineficiente. No segundo caso, a empresa está inserida em um mercado altamente competitivo e conectado. Aqui, as ineficiências podem significar a inviabilidade de um produto ou serviço.
Dessa maneira, a análise de custos é fundamental para servir como ferramenta de apoio ao controle. Isso pois ela permite comparar os custos ocorridos em um determinado período com os padrões de orçamento. Além disso, permite mensurar com exatidão as perdas e desperdícios dentro do sistema produtivo.
É importante destacar que existem diversos sistemas para realizar uma análise de custos. Normalmente, chamamos esses sistemas de sistemas de custeio, e cada um deles possui os seus princípios e métodos.
De maneira geral, a formação dos sistemas de custeio se dá por um princípio de custeio e um método de custeio.
Neste artigo, não vamos entrar muito a fundo nesses termos, mas podemos destacar três grandes princípios de custeio:
Custeio por absorção integral
Neste princípio, todos os custos fixos são distribuídos à produção. Ou seja, os custos que não estão diretamente ligados à produção de um produto estarão alocados no seu custo final. Com esse princípio, o valor unitário de um produto pode ser diferente dependendo do volume produzido em um determinado período.
Custeio por absorção ideal
Aqui, somente os custos fixos que seriam ideais, ou seja, em um cenário sem perdas ou desperdícios, são distribuídos aos produtos. Ainda assim, como no princípio da absorção integral, ele resulta em um custo diferente para um mesmo produto dependendo do volume produzido.
Custeio variável
Este princípio não distribui nenhum tipo de custo fixo aos produtos. Com essa análise, temos somente o valor dos custos variáveis envolvidos na produção de um produto.
Análise de custos: quais os seus benefícios?
Uma boa análise de custos auxilia os gestores em diversas tomadas de decisão importantes, como por exemplo:
Rentabilidade e lucratividade dos produtos
A análise dos custos dá uma segurança grande para gestores entenderem a margem de contribuição e rentabilidade dos produtos vendidos ou fabricados nas empresas. Isso se dá porque, através da análise, é possível realizar uma boa comparação entre o preço de venda no mercado com o custo necessário para a produção.
Definição entre fabricar ou comprar
As informações da análise de custo são fundamentais para a decisão entre fabricar um produto ou comprar de uma outra empresa. Nesse sentido, dada a capacidade de produção instalada em uma empresa, é possível comparar o custo de produção próprio com o custo de comprar de outra empresa.
Ações de melhoria contínua
A análise de custos também olha atentamente para pontos de melhoria, já que sempre mede ineficiências, perdas, quebras e retrabalho. Dessa maneira, uma boa análise de custos está sempre buscando melhorar os padrões de produção para ficar dentro das especificações do orçamento e o mais próximo possível dos níveis ideais estabelecidos.
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Como classificar os custos da análise?
Os custos podem ser classificados com base em três critérios:
- Grau de média;
- Quanto à variabilidade
- Facilidade de distribuição.
Os nomes até podem parecer um pouco estranhos, mas os conceitos são bem simples:
Quanto ao grau de média
Aqui entendemos que podemos fazer a classificação quanto ao custo total ou o custo unitário. De maneira geral, temos a seguinte definição:
Custo Unitário = Custo Total Número de itens
Quanto à variabilidade
Neste ponto, temos a relação entre custo fixo e custo variável.
Em suma, os custos fixos são aqueles que independem da produção, ou seja, não se alteram independente do volume de itens produzidos. Esse custo pode ser um seguro de fábrica, por exemplo.
Por outro lado, os custos variáveis estão diretamente ligados ao volume produzido. Um exemplo deste custo são as matérias primas utilizadas.
Quanto à facilidade de distribuição
Alguns custos podem ser mais fáceis de serem distribuídos nos produtos. Por exemplo, é relativamente fácil saber a quantidade de borracha utilizada para produzir um pneu, certo? Esse tipo de custo leva o nome de custo direto.
Entretanto, alguns outros custos podem ser bem mais complicados de serem alocados ao custo total do produto. Por exemplo, o salário dos gerentes de uma unidade de uma fábrica. Assim fica fácil de entender que pode não ser tão simples entender o quanto do salário de um gerente está alocado em uma unidade produzida em uma fábrica. Esses custos são chamados de custos indiretos, já que eles não contribuem diretamente para a produção, mas devem ser alocados de acordo com alguma regra específica.
Análise de custos e despesas: qual a diferença?
Esses dois termos, muitas vezes, são enxergues como sinônimos. Contudo, eles possuem algumas diferenças bastante importantes.
Nesse sentido, é claro que tanto os custos quanto as despesas representam saída de capital da empresa. Todavia, é preciso entender que os custos estão diretamente ligados aos gastos com a atividade-fim de uma empresa, ou seja, tudo aquilo que a empresa utiliza para poder produzir aquilo que vende. Sendo assim, tornam-se custos a compra de matéria prima, gasto com energia, etc.
Já as despesas são gastos que estão relacionados à manutenção do negócio. Elas também são importantes para o funcionamento da empresa, mas não interferem de maneira tão direta à capacidade de produção. Nesse sentido, aqui consideram-se despesas as contas de telefone, despesas com a área administrativa, entre outras.
Essas diferenças trazem à luz uma grande diferença entre os custos e as despesas: o seu crescimento. Enquanto os custos aumentam de maneira quase linear com o aumento da produção (para produzir o dobro de unidades de um produto, será necessário utilizar o dobro de matéria-prima), as despesas praticamente não se alteram.
Assim, as despesas podem até aumentar com o aumento da produção, mas não se imagina que elas sigam um crescimento linear como os custos.
Análise de custos: confira as perguntas certas para serem feitas
Se você chegou até aqui, talvez algumas perguntas estejam passando pela sua cabeça. Alguns exemplos são: se você realmente precisa fazer uma análise de custos na sua empresa, qual o sistema de custeio que deve utilizar ou até como realizar essa análise.
Sendo assim, o primeiro passo é ter clareza sobre o financeiro. Nesse sentido, de nada adianta implementar métodos de custeio complexos se as informações financeiras da empresa não estão devidamente organizadas, categorizadas e seguem um processo confiável de lançamento e acompanhamento.
Portanto, a partir de um financeiro confiável, é possível entender melhor onde podem estar os gargalos que impedem a empresa de crescer. Se você quiser saber mais sobre essa temática, nós preparamos um material exclusivo sobre a estrutura financeira aqui no blog.