Neste artigo você vai saber mais sobre visão sistêmica, tanto em questões operacionais como estratégicas, demonstrando sua importância e relevância por meio de exemplos práticos.
De forma simples e direta, traremos a definição de visão sistêmica e, em seguida, sua importância, junto com um exemplo prático da elaboração de um cardápio de restaurante. Além disso, você vai descobrir os benefícios da aplicação desta habilidade, assim como em que áreas pode empregar ela em sua empresa.
Por fim, abordaremos como pode-se desenvolver esta soft skill e algumas ferramentas para facilitar nesse processo.
O que é visão sistêmica?
Independentemente de âmbito profissional ou pessoal, cargo, atividade e responsabilidade a visão sistêmica é uma habilidade que sempre pode ser empregada de maneira positiva.
Dessa forma, a visão sistêmica nada mais é do que o entendimento integral de um processo, compreendendo as atividades que o precedem e procedem, podendo, posteriormente, elencar prioridades de atuação, aproveitar oportunidades e realizar reajustes para definir a melhor forma de atingir um resultado.
Como qualquer habilidade, pode-se desenvolver a visão sistêmica seja por treinamentos externos ou até por autocuidado e revisão diária de atividades. Deve-se portanto realizar frequentemente perguntas como: que outros setores estou atingindo direta ou indiretamente com essa ação? Algo antecede o processo que estou realizando? Este processo pode ser otimizado?
Assim, a integração da visão sistêmica no dia-a-dia tem como objetivo agilizar processos, alinhar equipes e expectativas, auxiliar no cumprimento de prazos, otimizar processos, rever fluxogramas, etc.
Qual a importância da visão sistêmica da empresa?
Trabalhando com consultoria nos deparamos com empresas de diversos tamanhos, complexidades e setores, podendo se tratar desde uma pequena confeitaria até uma grande fábrica de materiais de construção.
Apesar desta grande variedade entre empresas, constatamos que todas elas possuem processos interligados. Mas, na ausência da aplicação de uma visão sistêmica, podem, erroneamente, serem vistos como independentes.
Se pensarmos no exemplo de um restaurante, a visão sistêmica para a preparação do cardápio é fundamental. Pensemos numa variação de pedidos onde exista a demanda de diversos produtos de diferentes fornecedores e validades. Além disso, existe a variabilidade de pedidos em decorrência do dia da semana, preparação dos produtos, processos culinários, equipamentos necessários, precificação dos pratos, etc.
Neste breve exemplo com alguns processos da elaboração de um cardápio já pode-se entender a importância da visão sistêmica em uma empresa. O exemplo do restaurante pode ser aplicado desde o restaurante de bairro com faturamento baixo até uma grande rede. Ambos sem a aplicação de uma visão sistêmica funcional o negócio se torna inviável – “Não se deve comprar uma batata frita pré pronta se você não tem onde fritá-la ou um consumidor para comprá-la depois de frita.”
Você deve estar se perguntando agora: Mas o responsável por essas atividades é apenas o gestor da empresa. A visão sistêmica, então, é importante apenas para cargos mais executivos/estratégicos?
A resposta é não! A nível operacional, no exemplo do bar, pode-se pensar no cozinheiro, por exemplo. Nesse sentido, ele é responsável por múltiplos processos na cozinha que dependem do conhecimento do produto, ordem de cozimento, gestão de equipamentos, etc.
Visão sistêmica exemplos
No mercado de trabalho funcionários podem aplicar esta habilidade em diversos setores diferentes, neste capítulo traremos o exemplo do financeiro ponto que normalmente é sensível em empresas de diferentes setores e tamanhos.
Quando nos deparamos com um novo cliente uma das primeiras revisões que aplicamos é a revisão financeira, utilizamos da famosa pergunta: Você sabe seu faturamento? E posteriormente checamos os dados do DRE gerencial, DRE contábil e fluxo de caixa. Para tal, diversas outras áreas da empresa são consultadas, como por exemplo a área de compras e a área da produção.
Com o entendimento do fluxo de caixa pode-se estimar recursos futuros, prever demanda, antecipar compras adquirindo maior flexibilidade e provavelmente reduzir o custo da mercadoria junto ao fornecedor.
Nota-se aqui que, apesar de se tratarem de processos aparentemente independentes, tratados por colaboradores diferentes, eles têm uma conexão que pode ser usada a favor da empresa. Portanto, é um excelente exemplo de aplicação da habilidade de visão sistêmica.
Como desenvolver uma visão sistêmica?
Desenvolver habilidade de visão sistêmica não é apenas possível como extremamente recomendável. Ela pode ser desenvolvida de formas variadas, desde a realização de treinamentos até práticas de auto-reflexão e cuidados diários. Nos próximos parágrafos serão elencados algumas práticas e ferramentas para auxílio no desenvolvimento da visão sistêmica.
Promova a curiosidade:
Para termos subsídios para criticar, entender dependências entre processos e propor melhorias é necessário compreendermos uma gama de processos já existentes. Para tal a curiosidade se faz necessária.
O desejo por saber o que está acontecendo nos outros setores da empresa, por onde passa o processo antes de chegar em você e para onde vai depois da sua contribuição.
Melhore sua comunicação:
A melhor forma para entender um processo é por meio da comunicação com o atual responsável por este processo. É por esta razão que a comunicação é primordial para uma boa visão sistêmica.
Por isso, saiba o que o seu colega faz, quais são suas dores e como você pode auxiliá-lo. Qual é a ligação e dependência entre os processos que vocês executam?
Melhoria contínua:
Processos são sempre passíveis de melhoria e manter-se constantemente com o questionamento de – estou realizando a minha atividade da melhor forma possível? Entendo os outros processos que sofrem interferência do meu trabalho?
Quando pensamos em ferramentas administrativas para desmembrar e analisar processos, exercitando exercícios de visão sistêmica, pode-se citar:
Canvas:
O modelo de negócio Canvas é uma ferramenta utilizada para descrever modelos de negócios. Esta descrição é realizada com base em 9 blocos principais: Segmento cliente, proposta de valor, canais, relacionamentos com os clientes, fontes de receitas, recursos principais, atividades-chaves, parcerias principais e estrutura de custos. Ao preencher todos os campos é possível se ter uma visão geral do negócio, entendendo fatores externos e internos.
SWOT:
Da abreviação das palavras em inglês strenghts (Forças), weaknesses (Fraquezas), opportunities (Oportunidades) e threats (Ameaças), a análise SWOT tem como função a avaliação de ambientes externos e internos, seja de um processo, de uma empresa ou até sobre uma oportunidade. A ideia é completar os quatro quadrantes para que auxilie o executor a entender os fatores internos e externos que interferem na atividade analisada.
4P’s:
Outra ferramenta que nos auxilia no entendimento da empresa em que estamos inseridos é a técnica de análise dos 4P’s. Esta consiste em quatro palavras iniciadas por P que resumem os quatro pilares básicos para a implementação de qualquer atividade de marketing: Produto, Preço, Praça e Promoção.
É interessante notar aqui que a melhora em um dos quatro pilares (P’s) tem impacto direto nos outros. Além disso,exercita-se a habilidade de entendimento de toda jornada do produto.
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