Conheça os principais indicadores de rentabilidade de uma empresa

Nesse texto vamos apresentar:

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Por mais que cada negócio tenha sua história e sua motivação para nascer, no final das contas os sócios sempre têm expectativa de retorno financeiro. Por isso, separamos dicas essenciais para realizar os indicadores de rentabilidade.

Acontece que no dia a dia do pequeno e médio empreendedor, a rotina acaba sendo tão cheia que é normal. Dessa forma, ele não consegue organizar a empresa para ter uma leitura correta e analística sobre os resultados que a instituição tem gerado. 

É comum vermos empresários que não sabem se o negócio dá lucro de fato ou não, restando a eles consultarem o extrato bancários e os saldos em conta para saber se a empresa gera receita ou não. 

Por outro lado, quem já conseguiu criar um patrimônio muitas vezes tem o sonho de investir em um negócio, mas não sabe fazer uma correta leitura se ele vale a pena ou não. 

Esse desconhecimento, somado ao medo de todos os riscos de um empreendimento acabam com essa vontade, o levando a alocar seu dinheiro em outros investimentos. 

Nesse artigo iremos apresentar indicadores que servem para conhecer os resultados do negócio e sua capacidade de gerar lucro sobre diferentes perspectivas.

O que são indicadores de rentabilidade?

Os indicadores de rentabilidade, como diz o nome, são métricas que evidenciam a rentabilidade do negócio, ou seja, apresentam o retorno financeiro da empresa. Na prática, são maneiras de identificarmos se o negócio dá lucro ou não.

Dizemos indicadores de rentabilidade, pois pode existir mais de um tipo de métrica para avaliar retorno! cada uma oferecendo uma perspectiva diferente.

Por isso, esses índices são de particular interesse dos sócios, gestores e investidores ao demonstrarem o retorno que o empreendimento dá a partir dos recursos aplicados nele.

Indicadores de rentabilidade e lucratividade: entenda as diferenças

Na linguagem coloquial costumamos utilizar as palavras “lucrativo” e “rentável” praticamente como sinônimos, mas quando tratamos dos conceitos existem diferenças entre os dois.

Lucratividade é o lucro auferido a partir da operação e rentabilidade é o lucro a partir do investimento. Então, quando tratamos de um negócio, lucratividade vai ser o resultado do lucro, seja bruto, operacional ou líquido, pela receita de vendas provenientes da operação do negócio.

Já a rentabilidade será o resultado do lucro líquido pelo investimento aportado no negócio.

Quais são os indicadores de rentabilidade?

Nesse artigo iremos trazer os índices relacionados à lucratividade e a rentabilidade, por entender que eles estão relacionados e demonstrar como a alteração de um implica no outro

Margem de Lucro Bruto

Começando pelos indicadores de lucratividade, a margem de lucro bruto é um indicador relacionado à eficácia da operação, tanto comercial quanto operacional. 

O Lucro bruto, que origina do Demonstrativo de Resultado do Exercício, traz o resultado das vendas descontado as deduções de impostos sobre vendas, devoluções, descontos e toda estrutura de custos. 

Ou seja, a partir das vendas e todos os descontos sob ela, quanto sobra para pagar o restante da operação. 

É um dos principais indicadores para medir o desempenho de um negócio, e sua capacidade de produzir resultado. A partir dele conseguimos ver que estrutura de despesas fixas, tais como salários, luz, aluguel, que a empresa consegue suportar, que tamanho ela pode ter para continuar dando lucro e tudo mais. 

Sua fórmula é

Margem de Lucro Bruto: (Lucro Bruto/ Receita Líquida) x 100%

EBITDA

EBITDA é a sigla do termo em inglês “Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization”.

Na prática, representa a capacidade da empresa gerar lucro numa perspectiva estritamente operacional. Dessa forma, leva em consideração apenas o que é gerenciado no período de análise e o que depende da empresa.

Sua fórmula é 

EBITDA: (Lucro Operacional/ Receita Líquida de Vendas) x 100%

Margem Líquida

Por fim, a margem líquida demonstra quanto sobrou da empresa após as deduções, despesas financeiras, amortizações e impostos.

Sua fórmula é

Margem Líquida: (Lucro Líquida/ Receita Líquida de Vendas) x 100%

ROA

O ROA, do inglês Return on Assets, apresenta o retorno (lucro) sobre o investimento numa perspectiva mais interna da empresa. 

Ou seja, quanto a empresa gera de lucro a partir dos ativos que ela tem hoje, quanto ela consegue rentabilizar os seus ativos. Sua fórmula é

ROA: (Lucro Líquido/ Ativo total) x 100% 

ROE

Por último, o ROE, ou Return on Equity, em português Retorno sobre Capital Próprio, indica o lucro sobre o patrimônio da empresa, o lucro obtido por cada real investido no negócio. Devido a isso, ele pode ser utilizado para comparar o negócio com outros tipos de investimentos. 

Por isso, costuma ser um indicador muito utilizado por investidores em análises fundamentalistas

ROE: (Lucro Líquido / Patrimônio Líquido) x 100%

3 erros comuns ao analisar os indicadores de rentabilidade

Agora que conhecemos os principais indicadores para analisar rentabilidade de uma empresa, vamos aproveitar para revisar erros comuns ao analisar o resultado de uma empresa

1. Caixa não é lucro

Muitos empreendedores confundem a leitura de caixa com a leitura de competência (caso você não conheça, leia este artigo), e presumem que a situação de caixa da empresa representa a situação de lucro dela. Isso é uma análise incompleta. Uma empresa pode ter tido um mês com alto lucro, e mesmo assim terminar com o saldo negativo. 

Imagine que você recém fechou um contrato de 90 dias com um grande cliente, mas que você teve que fazer investimentos no curto prazo antes. No final do mês você terá adquirido um contrato que irá auferir grandes ganhos para a empresa, porém no momento atual foi necessário despender de caixa para honrar seus compromissos. 

2. Análise de Lucro Operacional focada em despesas

Outro ponto normal no senso comum é buscar maior lucro apenas no corte de despesas, ou seja, buscar um EBITDA maior focando na estrutura de despesas. Isso pode ser uma análise incompleta, pois a estrutura de despesas, incluindo despesa de pessoal, aluguel e luz, pode não ser necessariamente tão robusta, porém o problema está em outras linhas. A empresa pode de fato ter um nível de receitas muito baixo, que não comporta o negócio no tamanho atual. 

Por outro lado, podem existir alguns custos diretos, como taxas de cartões, devoluções, perdas, custo  de matéria prima, que poderiam ser menores. Em outras palavras, o problema maior da empresa está em uma baixa margem bruta, e consequentemente num baixo ebitda.

3. Lucro é diferente de retorno

Ao longo deste artigo você deve ter entendido que lucro difere de retorno, mas é importante reforçar e tornar mais prático isso. Em primeiro lugar, não se deve comparar a margem líquida com índices de retorno de outros investimentos. 

Essa comparação deve ser feita com o ROE, pois é um indicador que mostra quanto de retorno se tem por cada real atualmente investido.

Consoante a isso, não se pode assumir uma associação direta entre Margem de Lucro Líquida e ROE. Uma empresa pode ter um lucro líquido justo, porém uma quantidade de ativos imobilizados ou de patrimônio investido muito alto, que pode acabar diluindo a porcentagem do ROE.

Quando alguém investe capital em um negócio, ele precisa saber quais serão os retornos gerados pelo dinheiro investido. 

Em síntese, o empresário pode querer saber, por exemplo, quanto vendeu em certo período, quanto custa seu estoque total ou qual o tamanho da sua dívida com credores. Todos esses são valores que, ao serem relacionados, apresentam diferentes índices de rentabilidade.

Os indicadores de rentabilidade contêm informações estratégicas tanto para quem deseja começar a investir em determinada empresa, quanto para aqueles que precisam monitorar os seus ativos

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