O que é Estratégia? Conceitos Fundamentais
Na prática empresarial, é extremamente comum usarmos o conceito de estratégia. A maior parte dos empresários, empreendedores e gestores apresentam alguma afinidade e sabem falar sobre o tema. Mas, afinal, o que é de fato estratégia? O conceito é extremamente antigo, vem do grego strategia – stratègós: de stratos (exército) e ago (liderança).
O conceito original significava a “arte do general” – que, em um contexto de guerra, o líder deixa de lutar junto ao exército e assume uma posição de visibilidade do topo de uma colina para tomar as melhores decisões visando atingir o objetivo de ganhar a guerra.
Sendo assim, estratégia, de forma concisa, significa o conjunto de métodos, planos e ações visando atingir algum objetivo estabelecido. E, neste sentido, já temos aqui uma clareza importante: a estratégia pressupõe e exige uma tomada de decisão. É o ato de fazer escolhas, com base em algum pensamento, para buscar ser mais assertivo em relação ao alvo.
No contexto histórico, então, a estratégia surge sendo aplicada ao âmbito militar – onde os líderes militares começaram a traçar estratégias com o objetivo de vencer batalhas e conquistar novos territórios.
O objetivo era tomar decisões proativas, antecipando-se aos adversários ao identificar seus pontos fortes e fracos e buscando uma vantagem competitiva.
Depois do uso militar, a estratégia começou a ser aplicada no contexto agrícola, para fins de planejamento de colheitas – visando atingir os melhores resultados frente ao plantio, técnicas e recursos existentes. O intuito era potencializar a produção e reduzir os riscos que o produtor estava exposto.
E, por fim, foi na década de 1950 que a estratégia começou a ser mais utilizada no contexto empresarial – principalmente pelo tema de planejamento estratégico. As empresas começaram a adotar abordagens mais estruturadas e formais para traduzir o que as norteava, seus objetivos e planos.
Foi nesse período que conceitos como a Matriz Ansoff e os Modelos de Negócio começaram a ganhar destaque, oferecendo às empresas ferramentas para explorar novos mercados e inovar em seus produtos e serviços, delineando assim estratégias de crescimento e competitividade no ambiente empresarial.
A estratégia é uma das principais abordagens da gestão empresarial. Costumamos dizer por aqui que tudo começa na estratégia – não existe gestão sem essa premissa.
Principais Correntes Teóricas em Estratégia
Por ser um conceito utilizado há bastante tempo, e com ampla aplicação em diferentes contextos, especialmente no contexto empresarial, o estudo vem sendo esclarecido com diferentes contribuições ao longo do tempo.
Os autores Mintzberg, um dos grandes pensadores de estratégia, junto com Ahlstrand e Lampel, reuniram na publicação “Safári da Estratégia” um grande resumo das principais correntes teóricas em estratégia, organizando-as em “10 escolas de estratégia”. São elas:
- Escola do Design
- Escola do Planejamento
- Escola do Posicionamento
- Escola do Empreendedorismo
- Escola Cognitiva
- Escola do Aprendizado
- Escola do Poder
- Escola Cultural
- Escola Ambiental
- Escola da Configuração
Os autores ainda organizam essas 10 escolas em 2 tipos: escolas prescritivas e escolas descritivas.
As preditivas focam no modo como a estratégia deve ser gerada, pressupondo uma forma ou roteiro. São prescritivas as escolas do design, planejamento e posicionamento. Elas tratam de como fazer a estratégia.
Já as demais, que são escolas descritivas, focam em descrever como a estratégia foi gerada – então não são orientações sobre como fazer a estratégia – e sim, uma forma de analisá-las e descrevê-las.
Na Escola do Design, a estratégia é um processo de concepção. Deve ter um líder, um momento formal e uma clareza explícita. “Em sua versão mais simples, a escola do design propõe um modelo de formulação de estratégia que busca atingir uma adequação entre as capacidades internas e as possibilidades externas”. (MINTZBERG; AHLTRAND; LAMPEL, 2010, p.36).
A Escola de Planejamento pressupõe um processo em alguma medida burocrático e formal. Existe um checklist que deve ser cumprido e a responsabilidade está no executivo principal da organização.
Já na Escola do Posicionamento, a estratégia é um processo analítico. As estratégias são comuns, facilmente identificáveis – e a empresa deve “escolher” alguma abordagem.
A Escola do Empreendedorismo, como o estereótipo sugere, entende que a estratégia é resultado de um exercício visionário. O caminho está na cabeça do líder e ele norteia o processo. O controle é um processo pessoal e obsessivo para tirar do papel o que foi planejado.
Esses são alguns exemplos de escolas, mas todas elas reúnem os principais pensamentos históricos sobre estratégia.
Autores Influenciadores em Estratégia
Visto as diferentes Escolas de Estratégia e suas abordagens, também é interessante conhecer quem são os principais autores influenciadores no tema.
O primeiro deles é Sun Tzu, famoso pela obra “Arte da Guerra” – que traz os conceitos de estratégia desde sua origem, aplicados ao contexto militar, mas que servem de base e palco para chegarmos na estratégia empresarial.
Outro autor extremamente importante quando se fala em estratégia é Michael Porter. Ele defende uma das teorias mais clássicas de estratégia, que é o posicionamento da empresa competindo por custos ou por diferenciação. Também é autor de vários livros e construiu importantes frameworks de estratégia, publicados nos seus livros de estratégia e vantagem competitiva.
Além de Sun Tzu e Porter, muitos outros autores foram importantes na construção das teorias de estratégia, como Chiavenato, Mintzberg, Ansoff, Jim Collins, Simon Sinek, Kaplan & Norton; entre outros.
Se fossemos indicar uma lista de leituras obrigatórias em estratégia, ela teria: A arte da guerra, Vantagem competitiva, Oceano Azul, Empresas feitas para vencer, Empresas feitas para durar, Safári da Estratégia e Execução Premium.
Aplicando Estratégia no Mundo Empresarial
Por fim, como se dá o tema de estratégia no contexto empresarial? Para a 4CINCO, tudo começa pelos norteadores estratégicos. A empresa precisa, diante de muitas oportunidades, definir o que vai nortear o seu negócio. Qual o seu propósito? Por que a empresa existe? Aqui uma leitura importante seria “Comece pelo Porquê”, de Simon Sinek.
Depois, qual a missão da empresa? O que ela faz, como e para quê? E qual a sua visão? Qual o sonho grande, onde a empresa quer chegar?
E, por fim, a empresa precisa ter clareza dos seus valores – que também serão extremamente importantes para a criação da cultura organizacional, e irão balizar o que é inegociável na tomada de decisão.
Com os norteadores claros e definidos, a empresa também precisa tomar uma série de decisões sobre o seu modelo de negócio – que vai traduzir como aquela empresa vai competir em determinado mercado.
Aqui o desafio é encontrar o “Oceano Azul” (outra obra clássica de estratégia) e construir uma vantagem competitiva – que permita que a empresa se diferencie competindo em um determinado mercado.
Com essas decisões tomadas, a empresa precisa estabelecer um caminho, ou seja, traçar uma estratégia explicando como irá de um ponto A a um ponto B.
Aqui, muitas empresas usam o Mapa Estratégico como principal ferramenta. Na 4CINCO, criamos uma teoria própria chamada de Ciclos Estratégicos – que organiza e prioriza todas as decisões do “como” atingir os resultados que a empresa almeja.
Com essas decisões tomadas, a empresa vai finalizar o planejamento estratégico, detalhando a estratégia por meio de indicadores – que possibilitam a medição e controle dos resultados.
Serão elaborados projetos estratégicos que delineiam a aplicação prática dessas estratégias, acompanhados de um plano financeiro que quantifique as decisões tomadas.E, por fim, a empresa precisa ter um modelo de gestão que faça com que a estratégia seja transposta para a prática e para gestão do negócio.
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